Norma

um dia vão escrever a biografia de Norma. por praxe, começando no nascimento da Norma, talvez nas circunstâncias de sua concepção ou ainda pelos antecedentes de sua existência. pode ser que façam que nem o cara que escreveu o retrato autobiográfico quando morto. às vezes a Norma é um pouco autocentrada, mas jamais retrocede. a história, que está ou não escrita, já deixou anotado numa nota de rodapé algo sobre a impossibilidade factual do acesso ao passado. todavia podemos lançar ontem o texto de hoje na plataforma da internet e isso tem uma explicação muito simples: o calendário do Gregório é uma ficção seriada de longuíssimo prazo. repara que alguns povos fizeram uma tabelinha que tinha começo, meio e fim, mais coesa e bem acabada, porém desagradável. a não ser que seja provado que na galáxia que chamamos lindamente de Andrômeda, por exemplo, também exista uma unidade de tempo chamada sábado, por enquanto esta modalidade de contagem, absolutamente terrânea, sói estar na configuração de movimento da astronave sem piloto que nos carrega para lugar desconhecido. adotemos, quem sabe, conforme a expectativa de vida sobe, o calendário chinês. facilita porque o signo passa a ser anual, mas estraga a temporada do signo mensal porque passa a ser anual. resta saber se os chineses também resolveram interpretar que havia, nas coisinhas brilhantes no céu da noite, qualquer semelhança com as formas de seres da Terra. por Norma, vamos assumir que não. tem também que a Norma nem sempre está aí para o jogo do bicho. muito pelo contrário. no zodíaco do botânico carioca, apenas o bicheiro leva vantagem.

ass.: lina, terrática porque não lunática.

Publicado por

sacolão.inc

muito pós-moderno da nossa parte

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